Ter, 13 de abril de 2021, 12:25

Projeto da UFS mostra que imunologia não é um “bicho papão”
Perfil de divulgação científica conta com mais de 6 mil seguidores no Instagram
Estudantes dos cursos de Farmácia, Medicina e Enfermagem, do campus de Lagarto, compõem a equipe. (foto: Ascom UFS)
Estudantes dos cursos de Farmácia, Medicina e Enfermagem, do campus de Lagarto, compõem a equipe. (foto: Ascom UFS)

Ao observar que muitos alunos encaravam a imunologia como “bicho papão” e sentir falta de mais conteúdos da área nas mídias sociais, o professor do Departamento de Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Diego Moura Tanajura, decidiu criar um perfil no Instagram: o “Imuno_News”.

Inicialmente, o perfil nasceu, em maio de 2019, como uma iniciativa do professor para tornar mais simples a divulgação de assuntos imunológicos e alcançar um público mais amplo. Depois, em outubro daquele ano, a atividade virou um ciclo de estudo e, só em setembro do ano passado, se transformou em projeto de extensão.

Com 6.095 seguidores e 268 publicações (até 13 de abril), o “Imuno News” conta com uma equipe de sete estudantes dos cursos de Farmácia, Medicina e Enfermagem, do campus de Lagarto da UFS. Eles se dividem na tarefa de escrever, editar e compartilhar posts no Instagram e de colaborar com parceiros do projeto, como o “Patologia e Saúde”, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Além da UFBA, a iniciativa tem parceria com a Rádio UFS FM, a médica do Hospital Universitário de Lagarto, Tauanny de Moura, e a Liga Acadêmica de Imunologia de Lagarto.


O professor Diego Tanajura tem experiência em pesquisas de testes e ensaios pré-clínicos de vacina (foto: Josafá Neto/ Rádio UFS)
O professor Diego Tanajura tem experiência em pesquisas de testes e ensaios pré-clínicos de vacina (foto: Josafá Neto/ Rádio UFS)

O que norteia o projeto, conforme afirmou o docente, é a busca pela produção de conteúdo com clareza, sem tecnicismo. “Nosso trabalho não está voltado somente para os estudantes e profissionais da saúde, mas também para a população geral. Então, a gente tem que ter o maior cuidado com os termos que utilizamos durante o preparo do conteúdo”, ressalta Tanajura.

Quem visita o perfil se depara com várias postagens sobre eficácia de vacinas, dados de artigos científicos e o funcionamento dos imunizantes, entre outros. Até o produto ficar pronto, o grupo escolhe o tema, produz o texto e os cards, que passam pela revisão do professor antes da publicação.

Uma dinâmica que exigiu da equipe o desenvolvimento de habilidade em outras áreas, por exemplo, a da comunicação visual, como lembra a estudante de Medicina do sexto período Lara Faro: “A gente também faz a arte e foi até uma coisa que que a gente se bateu um pouco no início, para aprender a mexer com essas tecnologias, já que o grupo é formado por estudantes da área da saúde”. O que vem dando certo, na visão de Faro.


“Eu acho que o Imuno News, desde o início, agregou muito a minha formação acadêmica”,  afirmou Lara Faro. (fotos: Arquivos pessoais)
“Eu acho que o Imuno News, desde o início, agregou muito a minha formação acadêmica”, afirmou Lara Faro. (fotos: Arquivos pessoais)

Ela contou que a iniciativa a ajudou a ler, selecionar e interpretar artigos com mais qualidade e aproveitamento. “Mas uma coisa que mais tem contribuído é ter me ajudado a entender esse papel que a universidade tem de entregar conhecimento à sociedade”, frisou a estudante. Lara hoje se sente mais preparada para responder dúvidas sobre a área diante de um contexto de desinformação.

A aluna do quarto período de Medicina, Ingrid Bessa, é uma das responsáveis pela atualização do material no perfil. Ela se interessou pelo projeto pela possibilidade de ampliar o conhecimento na área e colaborar para a popularização da ciência. Para Bessa, a proposta do Imuno News de levar conhecimento através do Instagram é ”uma coisa muito interessante, porque abrange um público muito grande, vai para fora da comunidade acadêmica”.


“Eu me interessei pelo projeto porque a imunologia é uma área que eu gosto bastante”, afirmou Ingrid Bessa
“Eu me interessei pelo projeto porque a imunologia é uma área que eu gosto bastante”, afirmou Ingrid Bessa

Bessa afirmou que a iniciativa tem um papel muito importante no desenvolvimento da escrita acadêmica e de divulgação científica. “ A gente também desenvolve esse trabalho de pegar uma informação que muitas vezes é complexa e transformar em uma informação mais leve e de fácil acesso e compreensão pelas pessoas”, explica.

Segundo Diego Tanajura, o número de seguidores cresceu em meio à pandemia, como também houve uma maior procura de setores de imprensa. “Então, a gente já está sendo utilizado como referência, entre outros professores, colegas, não só aqui na na na nossa universidade, mas em outras universidades também. E outro feito de destaque é o crescimento também dos alunos que participam do projeto”, aponta.

O professor afirma ainda que considera a imunologia uma ciência muito bela. “Ela explica como as vacinas funcionam, como o nosso corpo luta contra as infecções, como o nosso corpo consegue lembrar de que ele foi vacinado e sabe vencer aquela infecção”. E assim, utilizando as redes sociais e linguagem acessível, Tanajura atingiu o propósito de seu projeto: mostrar que a imunologia não é um bicho de sete cabeças e tampouco um bicho papão.

Abel Serafim - Rádio UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Ter, 13 de abril de 2021, 13:07
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